A resistência dos gráficos de Pernambuco na campanha salarial nos três últimos meses dá sinais claros de que a luta de classe continua e apenas ela pode garantir melhorias para os trabalhadores. A luta direta, inclusive com a greve na Plasticor que pressionou não só o dono da empresa a garantir o reajuste acima da inflação, mas também sobre o patronal que temeu greves generalizadas e mudou a sua proposta antes com perda para aumento com ganho real, demonstra bem tal realidade onde conquistou o reajuste salarial de 4,5% para os dois pisos e todas faixas superiores.
Mais que isso. Só por conta da luta, houve a acumulação de forças da categoria que deu as condições reais para, mesmo com o fim da campanha salarial definida pelos próprios trabalhadores durante assembleia na última quinta-feira (28), o Sindgraf-PE tem como já seguir com a pauta de reivindicação em prol da adoção da cesta básica nas empresas, conforme negociado com o patronal, que se dará pela intermediação direta a ser feita pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Já tem até calendário para que seja realizado no MPT a negociação do Sindgraf-PE com as empresas pela cesta básica mensal. Começa em abril/2025, segundo consta em ata oficial do órgão federal. Tudo foi acertado inclusive com o setor patronal, em mediação no MPT, dias após a greve dos gráficos da Plasticor. Inicialmente, conforme ficou combinado, a negociação será com as gráficas de médio e grande portes. O Sindgraf-PE enviará lista destas empresas para a procuradora federal que já está ciente e ficou a cargo da tarefa.
Portanto, em decorrência da luta de classe, a campanha salarial deste ano deu um passo maior da categoria na construção pela busca da cesta básica mensal dos gráficos, que é uma pauta de reivindicação antiga, sempre negada pelo patronal há muitos anos. Desta vez, existem condições concretas para que seja realizada a negociação sindical para a conquista da cesta, inclusive com a ciência e permissão do patronal referente às gráficas de médio e grande portes, e o apoio do MPT.
A maioria dos trabalhadores gráficos em PE trabalha nas empresas de portes médio e grande. Segundo os dados do Ministério do Trabalho, copilados pelo Dieese a pedido do Sindgraf, correspondem a aproximadamente dois terços de todos profissionais do setor no estado. Portanto, embora tenha número menor de gráficas deste referido porte se comparado com a quantidade das pequenas empresas do ramo, mais trabalhadores serão beneficiados com as negociações vindouras.
Todavia, o Sindgraf não abre mão e nem vai deixar de representar toda a categoria, seja lá onde estiver trabalhando, em formação, desempregada ou já aposentado. Assim, o sindicato continua à disposição de organizar todos os gráficos dispostos a lutar pela manutenção e avanços em seus direitos, como fizeram os trabalhadores na Plasticor. O tamanho da conquista será sempre do tamanho da participação e luta dos gráficos. Sejam fortes, sejam sócios. Sindicalizem-se!